Site icon Blog Instituto Dr. Francinaldo

Conheça as 5 doenças neurológicas mais comuns e como cada uma afeta o seu corpo

5 doenças neurológicas mais comuns
5
(9)

Você conhece as 5 doenças neurológicas mais comuns? Meu nome é Doutor Francinaldo Gomes sou neurocirurgião, especialista em neurocirurgia funcional e epilepsia e explicarei cada uma delas. Confira nesse artigo!

Hoje, nós falaremos sobre:

Acompanhe até o final!

5 doenças neurológicas mais comuns

1. Mal de Alzheimer

Como primeira na lista das 5 doenças neurológicas mais comuns trouxemos o mal de Alzheimer, também conhecido como doença de Alzheimer.

Essa doença é um tipo de síndrome demencial que causa degeneração e comprometimento cerebral progressivo.

Os sintomas surgem aos poucos, inicialmente com falhas de memória que podem progredir para confusão mental, apatia, mudança de humor e dificuldade para realizar tarefas diárias, como cozinhar ou até pagar contas, por exemplo.

É mais comum em idosos acima de 60 anos, entretanto, é possível ocorrer em adultos mais novos. Quando afeta pessoas jovens, esta doença é chamada de Alzheimer precoce ou familiar, sendo uma condição rara que acontece somente devido a causas genéticas e hereditárias, podendo surgir após os 35 anos de idade.

Ainda não se conhece a causa da doença de Alzheimer, mas existem algumas hipóteses que tentam demonstrar o que a provoca, e que explicam muitos dos sintomas e surgem ao longo do seu desenvolvimento.

Assim, sabe-se que o Alzheimer está relacionado a junção de várias causas que incluem as alterações genéticas e outros fatores de risco, como o envelhecimento, sedentarismo, traumatismo craniano e o tabagismo.

Deve-se suspeitar que uma pessoa está com mal de Alzheimer quando existem sintomas que demonstram alteração da memória, principalmente a memória mais recente associada a outras alterações do raciocínio e do comportamento que pioram com o tempo.

Para auxiliar no diagnóstico da doença de Alzheimer, é necessária a realização de testes do raciocínio, como mini-exames do estado mental, desenho do relógio, teste da fluência verbal e outros testes neuropsicológicos realizados pelo neurologista, pelo geriatra ou pelo neuropsicólogo.

A ressonância magnética de crânio também ajuda no diagnóstico e para mostrar sinais de atrofia cerebral, ou ainda para excluir outras causas de demência como, por exemplo, a hidrocefalia de pressão normal e o hematoma subdural crônico.

Podem ainda ser solicitados exames laboratoriais para descartar outras causas de problemas de memória, como alterações na função da tireoide, deficiência de vitamina B12, hepatite ou mesmo HIV. 

Além disso, o acúmulo de proteínas beta-amilóide e proteína tau, que costuma estar relacionados ao desenvolvimento da doença de Alzheimer, podem ser verificados pelo exame da coleta do líquido cefalorraquidiano, mas, por ser caro e nem sempre está disponível para realização, não costuma ser usado com tanta frequência.

O tratamento para o mal de Alzheimer é multidisciplinar e consiste em diminuir os sintomas da doença. Contudo, esta enfermidade ainda não possui cura.

Para o tratamento, faz-se uso de medicamentos como a donepezila, galantamina, rivastigmina e a memantina, além de estímulos com a prática de fisioterapia, terapia ocupacional e psicoterapia.

Vale ressaltar que nos últimos anos o uso de derivados da cannabis tem mostrado efeitos benéficos em pessoas com doença de Alzheimer (para as quais o tratamento medicamentoso e complementar convencionais já não mais estão surtindo melhora).

Os aspectos da doença que mais tem mostrado melhora com o uso do canabidiol são a memória, a linguagem, o comportamento e o sono. Assim, a resposta costuma variar de pessoa para pessoa e o tratamento deve ser mantido por um período prolongado de tempo.

Para conhecer mais sobre o mal de Alzheimer, leia esse artigo completo com tudo sobre essa doença.

2. Mal de Parkinson

O mal de Parkinson ou doença de Parkinson é uma doença neurológica, crônica e lentamente progressiva associada à perda de células cerebrais, ou seja, os neurônios, produtores de um neurotransmissor chamado dopamina.

Assim, ocorre a consequente diminuição da produção de dopamina, um neurotransmissor que atua no controle das mensagens entre as regiões do cérebro que, em conjunto, controlam os movimentos e a coordenação no corpo.

Devido ao aumento substancial na expectativa de vida da população, estima-se que o número de pessoas com doença de Parkinson deve crescer significativamente nos próximos anos.

Apesar de ser mais comum após os 65 anos, existem pessoas diagnosticadas com a doença em faixa etárias mais jovens. Nesse sentido, estima-se que cerca de 4% das pessoas com doença de Parkinson são diagnosticadas antes dos 50 anos de idade.

Os principais sintomas do Mal de Parkinson são:

O diagnóstico é feito por meio da observação da evolução dos sintomas, normalmente associada à doença, com a observação de um médico especializado, e efetua-se análise do histórico médico do paciente. Exames psicológicos e neurológicos gerais podem ajudar na identificação, em conjunto das demais análises.

Geralmente 2 dos 3 sintomas primários (os tremores, a lentidão dos movimentos e a rigidez) devem aparecer nos exames clínicos iniciais para ser considerada como doença de Parkinson.

Além disso, médicos especialistas costumam seguir uma ordem comum do aparecimento do distúrbio. Inicialmente um dos sintomas aparece em um dos lados do corpo, se espalha e o paciente responde positivamente aos tratamentos com medicamentos.

Exames psicológicos e físicos podem ser aplicados para diagnosticar o equilíbrio, reflexos e os movimentos do paciente que possui a suspeita ou os sintomas iniciais da doença de Parkinson. 

Exames complementares como a ressonância magnética de crânio com pesquisa do nigrossoma, Doppler transcraniano com estudo do mesencéfalo e a cintilografia de perfusão com Trodat, auxiliam a diferenciar a doença de Parkinson de outras causas de parkinsonismo.

O tratamento da pessoa com doença de Parkinson tem como objetivo obter um controle dos sintomas e proporcionar maior qualidade e longevidade a vida. Assim, o mais comum através de dosagens de medicamentos que podem ser aplicadas conforme a severidade dos sintomas apresentados até aquele momento.

Os remédios em sua maioria possuem uma ação sintética semelhante à dopamina e substitui em parte os seus efeitos no corpo, diminuindo o avanço da doença e o agravamento dos sintomas.

Em pessoas com quadros mais graves, que já não respondem bem ao tratamento com medicamentos, pode ser recomendada também uma cirurgia. A cirurgia não cura a doença de Parkinson, mas consegue melhorar a qualidade de vida do portador por muitos anos. 

O cirurgião implanta estimuladores elétricos em áreas específicas do cérebro que ajudarão o paciente a ter controle sobre seus movimentos.

Em alguns casos o médico também poderá recomendar mudanças de hábitos no estilo de vida do indivíduo, aumentando a prática de exercícios aeróbicos e fisioterapia para ajudar o equilíbrio.

Leia esse artigo completo para conhecer mais sobre o mal de Parkinson.

3. Esclerose lateral amiotrófica 

A esclerose lateral amiotrófica é uma doença degenerativa que provoca a destruição dos neurônios responsáveis pelo movimento dos músculos voluntários.

Assim, ela pode levar a uma paralisia progressiva que acaba impedindo a realização de tarefas simples como andar, mastigar, falar ou respirar (por isso, é considerado uma doença muito grave).

Ao longo do tempo, a doença provoca a diminuição da força muscular especialmente nos braços e pernas. Ainda, nos casos mais avançados, a pessoa afetada fica paralisada e os seus músculos começam a atrofiar, ficando menores e mais finos.

Os principais sintomas variam de pessoa para pessoa de acordo com os neurônios que são afetados. Em alguns casos, é mais comum que a pessoa comece a tropeçar em tapetes,  enquanto em outros pode haver dificuldade para escrever, levantar um objeto ou falar corretamente, por exemplo.

No entanto, com o avançar da doença os sintomas vão se tornando mais evidentes, surgindo:

A esclerose lateral amiotrófica surge apenas nos neurônios motores e, por conta disso, a pessoa não sente dor (ou sente pouquíssima), havendo apenas limitação das funções motoras.

Atualmente o diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica segue uma recomendação internacional através de critérios, são eles:

Entre os exames complementares, a eletroneuromiografia é o mais importante, pois ela identifica a perda dos motoneurônios e demonstra a presença de desnervação ou sinais de reinervação, que são responsáveis pela fraqueza.

O tratamento é multidisciplinar e deve ser iniciado o mais rápido possível por meio de medicamentos para espaticidade, para dor, para as cãibras, para salivação excessiva, para depressão e ansiedade e também para a constipação intestinal.

A fisioterapia, o suporte ventilatório, a terapia ocupacional, a fonoaudiologia, o acompanhamento com nutricionista e psicólogo também são muito importantes para o tratamento e para que a pessoa possa ter qualidade de vida.

Estudos têm mostrado efeitos benéficos dos derivados da cannabis em pessoas com esclerose lateral amiotrófica. 

Apesar de ainda não haver cura, o tratamento com fisioterapia e com remédio (principalmente o riluzol) ajudam a atrasar a evolução da doença e a manter o máximo possível de independência para a pessoa em suas atividades diárias.

Se quer conhecer mais sobre a esclerose lateral amiotrófica, leia esse artigo completo sobre a doença.

4. Miopatias

Miopatia é uma condição genérica de acometimento muscular, na qual as fibras do músculo esquelético são acometidas por disfunções de diversas causas. 

Por apresentarem um amplo espectro clínico, para tratar corretamente a pessoa com miopatia o médico precisa coletar informações desde o início da investigação. Esta patologia é classificada em quatro principais tipos, sendo que o tratamento e o prognóstico dependem dessa classificação. 

A miopatia acomete cerca de 5 pessoas a cada 100 mil pessoas por ano, e a prevalência atual pode variar de 15 a 33 por 100 mil habitantes. 

Embora os músculos esqueléticos sejam o principal alvo, as miopatias inflamatórias são uma doença sistêmica e também podem afetar a pele, os pulmões e as articulações.

Existem vários tipos de miopatia:

A miopatia congênita não tem caráter degenerativo e se manifesta no recém-nascido por meio dos sintomas de hipotonia, hiporreflexia e fraqueza muscular generalizada. 

A distrofia muscular também é hereditária, mas desenvolve-se de maneira degenerativa e precoce, o que leva rapidamente a limitação dos movimentos. 

As principais formas de distrofia são a distrofia muscular de Duchenne e a de Becker.

A distrofia miotônica (a qual o  músculo se contrai e permanece rígido por um tempo prolongado, fenômeno conhecido como miotonia) e a miopatia inflamatória (que tem caráter autoimune e adquirida ao longo da vida).

As principais manifestações são a dermatomiosite e a polimiosite, sendo que a primeira pode apresentar lesões cutâneas.

As miopatias podem ter causa hereditária ou mesmo adquirida. O diagnóstico é feito por meio de:

O tratamento é feito por meio de medicamentos, principalmente os corticosteróides, através da fisioterapia, de massagem e cirurgias quando necessário. Quanto mais precoce for o tratamento melhora o prognóstico e a qualidade de vida da pessoa.

Para conhecer mais sobre as miopatias, leia o artigo completo do Dr. Francinaldo.

5. Atrofia muscular espinhal

Atrofia muscular espinhal é uma doença genética rara que causa destruição progressiva das células nervosas do cérebro e da medula espinhal.

Essas células são as responsáveis por controlar os movimentos musculares do corpo, como falar andar, engolir e respirar), por isso essa doença causa uma fraqueza ou atrofia muscular.

Ela é causada por uma mutação no gene chamado gene de sobrevivência do neurônio motor 1 (SMN1). Esse gene é responsável pela produção da proteína de sobrevivência do neurônio motor, também conhecida como SMN, que mantém a saúde e a função dos neurônios motores normais.

Assim, a atrofia muscular espinhal pode afetar bebês, crianças, adolescentes ou adultos, classificados em tipos diferentes conforme a idade em que os sintomas iniciam e a gravidade da fraqueza muscular.

Os sinais e sintomas variam de acordo com a faixa etária da pessoa acometida e se caracterizam principalmente por perda progressiva da função motora, como andar, falar, sentar e até mesmo respirar.

O diagnóstico da atrofia muscular espinhal é confirmado pelo médico através do exame genético para avaliar a alteração no gene SMN1, o gene relacionado com a doença.

Embora não exista cura para atrofia muscular espinhal, é possível realizar o tratamento multidisciplinar com fisioterapia, fonoaudiologia, nutricionista, terapeuta ocupacional e uso de medicamentos para atrasar o desenvolvimento da doença e melhorar a qualidade de vida da pessoa, permitindo que ela seja autônoma por mais tempo.

Ainda, a previsão é possível antes mesmo da gravidez por meio do teste genético.

Se você quer entender mais sobre a atrofia muscular espinhal, confira esse artigo completo sobre o tema.

E caso você queira conhecer mais sobre doenças que causa a cegueria acesse este artigo do nosso blog parceiro do Instituto de Olhos Leopoldina: “5 Principais Causas de Cegueira no Mundo: Prevenção e Tratamento

Gostou? Nos ajude avaliando este artigo, por favor.

Clique nas estrelas

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 9

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Exit mobile version