[2024] Autismo tem cura? O que é, tratamento e sintomas

Você sabe o que é o autismo? O autismo é genético? O autismo tem cura? Descubra tudo isso nesse artigo!

Eu sou o Doutor Francinaldo Gomes, médico neurocirurgião, especialista em neuromodulação, epilepsia e cannabis medicinal, e neste artigo irei esclarecer as suas dúvidas sobre o Austimo.

Imagine a seguinte situação:

Você é comunicado pela professora que seu filho, agora com 2 anos de idade, apresenta um comportamento diferente das outras crianças. 

Você percebe que ele gosta de ficar sozinho e que ele interage pouco com as outras crianças que ele não gosta de ser contrariado, fica muito tempo sentado balançando o corpo, e também apresenta pouca tolerância ao toque e ao som.

Você já tinha percebido essas alterações antes, porém você não tinha dado a devida importância. Preocupado então com a saúde do seu filho, você o leva ao neuropediatra, e após uma minuciosa avaliação e realização de exames você informado que ele sofre de transtorno do espectro autista.

O que é o autismo?

Cientificamente conhecido como transtorno do espectro autista, ele é um transtorno do desenvolvimento neurológico da criança que gera alterações na comunicação, dificuldade ou ausência de interação social e mudanças no comportamento, sendo geralmente identificado entre os 12 e 24 meses de idade.

Pessoas com autismo podem apresentar algumas características específicas, como manter pouco contato visual, ter dificuldade para falar ou expressar ideias e sentimentos e ficar desconfortável em meio a outras pessoas.

Além de poderem apresentar comportamentos repetitivos como fica muito tempo sentado balançando o corpo para frente para trás, por exemplo.

É importante ressaltar que o autismo não é uma doença, mas sim um modo diferente de se expressar e reagir que apesar de não ter e não se agrava com o avanço da idade.

No entanto, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, melhores serão a qualidade de vida e autonomia da pessoa.

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Quais são os sinais e sintomas do autismo?

Alguns dos principais sinais e sintomas que caracterizam o autismo incluem:

  • Dificuldade na interação social, mantendo pouco contato visual, expressão facial ou gestos 
  • Ter dificuldade em fazer amigos e expressar ideias e emoções
  • Prejuízo na comunicação, como ter dificuldade em iniciar e manter uma conversa
  • Compreender o ponto de vista de outras pessoas 
  • Entender figuras de linguagem, humor e sarcasmo
  • Manter um tom de voz monótona parecendo um robô 
  • Deixar de responder ou demorar a responder quando chamado 
  • Alterações comportamentais, como não saber brincar de faz-de-conta 
  • Ficar aborrecido por pequenas mudanças nos hábitos 
  • Ter muito interesse por algo muito específico, como uma asa de um avião ou números 
  • Comportamentos repetitivos como ficar muito tempo sentado balançando o corpo para frente e para trás 
  • Repetir várias vezes algumas palavras ou frases 

Além disso, pessoas com autismo também podem ter dificuldade para dormir, apresentar nervosismo ou mesmo agitação frequente. 

Estes sinais podem ser tão leve que algumas vezes acabam passando despercebidas, mas também podem ser moderados a graves, interferindo no comportamento e na comunicação.

Existem testes online que auxiliam a identificar os principais sintomas do autismo, vale a pena conhecê-los.

Apesar dos desafios, as pessoas com autismo também podem apresentar muitas qualidades, como conseguir se lembrar por muito tempo de detalhes e acontecimentos, ter facilidade para aprender a ler, e ter boas habilidades com músicas, números e arte por exemplo.

Criança com autismo: Como confirmar o Diagnóstico?

Como confirmar um diagnóstico?

O diagnóstico de autismo em crianças e adolescentes deve ser feito por uma equipe multidisciplinar que pode incluir o pediatra, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo e neuropsicólogo.

Geralmente é feito através da observação da criança, de informações sobre a idade dos pais, gestação e parto, e da realização de alguns testes de diagnóstico, como exame de sangue e testes auditivos.

Já em adultos, o diagnóstico pode ser um pouco mais difícil, pois os sintomas do autismo são similares a outros transtornos, como ansiedade ou transtorno de déficit de atenção. 

Por isso, ao perceber sinais e sintomas como dificuldade de interação social e comunicação ou comportamentos repetitivos, é aconselhável passar por uma consulta com neuro psicólogo ou psiquiatra para que seja feita uma avaliação adequada.

O autismo muitas vezes pode ser leve e confundido com timidez, falta de atenção ou esquisitice. Por isso, em caso de dúvidas, é recomendado realizar uma consulta com o médico para fazer uma avaliação e indicar o tratamento mais adequado.

O que causa o autismo?

As causas do autismo ainda não são totalmente conhecidas, no entanto estudos mais atuais sugerem que fatores genéticos, hereditários e ambientais são os principais relacionados com o desenvolvimento do transtorno. 

Algumas das possíveis causas do autismo incluem:

  • Causas hereditárias: pessoas com irmãos com a síndrome apresentam maior risco de desenvolver o autismo
  • Doenças genéticas: ter algumas doenças genéticas como a síndrome de Down, síndrome do X frágil, síndrome de Rett e esclerose tuberosa podem aumentar as chances de desenvolver o autismo
  • Fatores ambientais: como gravidez de alto risco, pais com idade avançada, parto induzido, consumo de bebidas alcoólicas, tabaco medicamentos ou outras drogas durante a gestação ou baixo peso ao nascer 

Outros fatores ambientais que podem estar relacionados ao autismo e incluem a exposição durante a gestação a compostos tóxicos.

Autismo tem cura? Como é feito o seu tratamento?

Apesar do autismo não ter cura, o tratamento quando realizado corretamente pode ajudar a melhorar a qualidade de vida, a capacidade de comunicação e a autonomia da pessoa.

Os tratamentos do autismo devem ser feitos somente com acompanhamento de um médico e varia de acordo com as necessidades individuais.

Assim, pode-se incluir uso de medicamentos e suplementos como a risperidona, aripiprazol, melatonina, probióticos e ômega 3, sessões de Fonoaudiologia para melhorar a fala e a comunicação, terapia comportamental para facilitar as atividades diárias e terapias de grupo para melhorar socialização.

Além disso, é aconselhável manter uma dieta balanceada que pode ajudar a melhorar o sono, diminuir a irritabilidade e melhorar o apetite.

Existem dietas específicas para pessoas com o transtorno do espectro autista. Para isso, é necessário um acompanhamento nutricional.

Cannabis medicinal e autismo

Apesar de uso ainda a ser polêmico, sabe-se que o corpo humano tem um sistema conhecido como sistema endocanabinoide, com um conjunto de neurotransmissores ativados somente por um tipo de substância.

Esse sistema, ao ser acionado por canabinóides, geram efeitos neuronais que proporcionam mudanças físicas e psicológicas.

O cérebro de pessoas com espectro autista sofre naturalmente com excesso de estímulos neurológicos e pode até mesmo inflamar, assim, o canabidiol age reduzindo a agitação generalizada, por isso tem efeito terapêutico eficaz inclusive para controlar convulsões, sintoma recorrente de pessoas que têm o transtorno do espectro autista.

Um dos principais benefícios do uso medicinal de canabidiol está relacionado à ausência ou redução dos efeitos colaterais gerados pelos remédios, usualmente utilizados para tratar as crianças com autismo.

Enquanto, os antidepressivos atuam interrompendo a transmissão de neuroquímicas e controlando a reabsorção de serotonina e dopamina, o canabidiol interage naturalmente com os neurotransmissores equilibrando a sua atuação no organismo o que apazigua a excitação neuronal excessiva.

Muitas pesquisas têm sido feitas e os resultados até o momento têm sido promissores.

Para concluir o transtorno do espectro autista é uma condição frequente com sinais e sintomas variados e traz consequências para a criança e para a família.

Apesar de não ter cura, o tratamento multidisciplinar e iniciado o mais cedo possível ajuda a melhorar a qualidade de vida das crianças e de seus familiares. 

Ainda, pesquisas com derivados da cannabis tem se mostrado promissores.

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