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(2023) Alzheimer: O que é? Tratamentos e Sintomas: dúvidas respondidas por médico especialista

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Você já ouviu falar de Alzheimer? Não? Então descubra agora como é essa doença, nessa breve ilustração.

Imagine que você há tempos não visita seu pai, agora com 70 anos de idade, quando você o encontra, percebe que algo está diferente nele.

Você já percebia que algo estava diferente nas conversas pelo telefone, mas não imaginava que fosse algo tão evidente.

Ele está tendo dificuldade para lembrar de eventos recentes, como: programa de televisão que o mesmo assistiu no dia anterior, ou mesmo o dia do mês.

Ele apresenta-se desorientado, falando apenas de eventos que ocorreram no passado.

Está tendo dificuldade de lembrar onde guardou objetos, ou mesmo onde ele guarda objetos em locais habituais.

Ao conversar com as pessoas que convivem diretamente com ele, você percebe que o mesmo está trocando a noite pelo dia, ficando acordado durante a noite, está falando sozinho e com pessoas que não estão mais nesse mundo.

As pessoas relatam que ele vem ficando mais esquecido ao longo dos tempos, lembrando cada vez menos dos fatos recentes e piorando o comportamento.

Também, você constata que ele está tendo episódio de agressividade e mesmo que algumas vezes ele se automutilou, dizendo que foi agredido por outras pessoas.

Mas ainda, você fica sabendo que ele já se perdeu várias vezes, não conseguindo achar o caminho de volta para casa.

Ao perguntar se está tudo bem com ele responde que sim, você então preocupado com o estado atual dele decidi leva-lo ao médico e após uma minuciosa avaliação e realização de exames, é informado que ele está com uma demência chamada: doença de Alzheimer.

Eu sou Doutor Francinaldo Gomes, neurocirurgião, especialista em neurocirurgia funcional e epilepsia e neste artigo irei tratar sobre o Alzheimer.

Alzheimer o que é?

A doença de alzheimer é um tipo de síndrome demencial que causa degeneração e comprometimento cerebral progressivo

Alzheimer sintomas.

Os sintomas surgem aos poucos, inicialmente com:

Alzheimer em jovens 

Esta doença é mais comum em idosos acima dos 60 anos, entretanto é possível ocorrer em pessoas adultas mais jovens.

Quando afeta pessoas jovens , é chamada de Alzheimer precoce ou familiar, sendo uma condição rara e somente acontece devido a causas genéticas hereditárias, podendo surgir após os 35 anos de idade.

A doença de Alzheimer precoce ou familiar ocorre em menos de 10% dos casos desta doença, e acontece devido a causas genéticas hereditárias.

Alzheimer é hereditário

As pessoas com maior risco são aquelas que já tem algum parente próximo com esse tipo de demência, como por exemplo: os pais ou avós.

Os filhos de pessoas com Alzheimer hereditário podem fazer um teste genético, que pode indicar se há risco ou não de desenvolver a doença.

Como a genotipagem da Apolipoproteína E, mas é um teste genético caro e disponível em poucos centros de neurologia.

Alzheimer causas 

Existem algumas hipóteses que tentam demonstrar o que provoca esta doença e que explicam muitos dos sintomas que surgem ao longo do seu desenvolvimento.

Mas sabe-se que o Alzheimer está relacionado à junção de várias causas, incluindo a genética e outros fatores de risco como: envelhecimento e sedentarismo, traumatismo craniano e tabagismo. 

Com relação aos fatores genéticos foram demonstradas algumas alterações. 

Foram demonstradas algumas alterações em alguns genes que influenciam no funcionamento do cérebro como genes da app, apoe, psn1 e psn2, por exemplo. 

Que parecem estar relacionados com lesões nos neurônios que levam a doença de Alzheimer, mas ainda não se sabe exatamente as alterações.

Apesar de menos da metade dos casos desta doença são de causa hereditária, ou seja é passado pelos pais ou avós da pessoa, que é o Alzheimer familiar, que acontece em pessoas jovens com 40/ 50 anos de idade, sendo uma piora muito rápida 

As pessoas afetadas por esta variação da doença de Alzheimer têm cerca de 50% de chance de transmitir a doença para os filhos.

O tipo mais comum, entretanto, é o Alzheimer, chamado de esporádico, que não tem relação com a família e acontece em pessoas acima de 60 anos, mas ainda há dificuldades para encontrar a causa desta condição.

Com relação ao acúmulo de proteína no cérebro.

 Observou-se que pessoas com a doença de Alzheimer têm um acúmulo anormal de proteínas chamadas proteína beta-amilóide e proteína tau.

Que causam inflamação, organização e destruição das células neuronais principalmente nas regiões do cérebro chamada hipocampo e córtex cerebral.

Sabe-se que estas alterações são influenciadas pelos genes que foram citados, entretanto, ainda não se descobriu o que causa esse acúmulo exatamente, e nem o que fazer para impedir e por conta disso a cura da doença de Alzheimer não foi encontrada. 

Vale ressaltar que caso o portador de Alzheimer esteja com dores de cabeça constantes, é necessário leva-lo a um médico e que as dores de cabeça não são sintomas da doença de Alzheimer.

Com relação à diminuição de neurotransmissores, como por exemplo a  acetilcolina.

Este neurotransmissor é liberado pelos neurônios, com um papel muito importante, para transmitir os impulsos nervosos do cérebro, e permitir que este funcione adequadamente. 

Sabe-se que na doença de Alzheimer a acetilcolina está diminuída, e os neurônios que a produzem se degeneram, mas ainda não se sabe a causa.

Apesar de tratamento atual para esta doença é o uso de remédio chamado anticolinesterásicos, como a donepezila, a galantamina e a rivastigmina.

Que atuam para aumentar a quantidade dessa substância, que apesar de não curar a doença costuma retardar a progressão dela, e também costuma melhorar os sintomas.

Com relação aos fatores ambientais 

Mesmo que existam riscos para a doença de Alzheimer genética, o Alzheimer esporádico se manifesta devido às condições que são influenciadas pelos nossos hábitos e que causam inflamação no cérebro como por exemplo: o excesso de radicais livres, que se acumulam no nosso corpo, devido alimentação inadequada, rica em açúcares, gordura e alimentos industrializados.

Além de hábitos como: fumar e não praticar atividade física e viver sob estresse.

Colesterol elevado também aumenta a chance de ter doença de Alzheimer, por isso é importante controlar essa doença com medicamentos para o colesterol, como a sinvastatina e a atorvastatina. 

Além de ser outro motivo para cuidar da alimentação e praticar atividade física regularmente

A aterosclerose é o acúmulo de gordura nos vasos do sangue causada por condições como: pressão alta, diabetes, colesterol elevado e tabagismo, pode diminuir a circulação do sangue no tecido cerebral e com isso facilitar o desenvolvimento da doença.

A idade acima de 60 anos é um grande risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, pois com o envelhecimento o corpo não consegue reparar as alterações que podem surgir nas células, o que aumenta o risco de doenças degenerativas.

Lesões cerebrais repetitivas que acontecem como traumatismo crânio-encefálico em acidentes na prática de esportes por exemplo ou mesmo por um acidente vascular cerebral, aumenta a chance de destruição dos neurônios e o desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Também exposição a metais pesados como: mercúrio e alumínio, são substâncias tóxicas que podem se acumular e causar lesões em vários órgãos do corpo, inclusive no cérebro.

Por esses motivos, uma importante forma de evitar o mal de Alzheimer é ter hábitos de vida saudáveis, alimentação rica em vegetais com poucos produtos industrializados, além da prática de atividade física.

Leia sobre outras doenças neurológicas comuns:
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Prevenção 

Com relação aos vírus

O vírus da herpes, alguns estudos recentes têm indicado que outra possível causa da doença de Alzheimer é o vírus responsável pela herpes labial (HSV-1).

Que pode estar no organismo ainda durante a infância, e permanecer adormecido no sistema nervoso, sendo reativado apenas em períodos de estresse e enfraquecimento do sistema imunológico.

Entretanto, vale salientar que nem todas as pessoas que possuem o vírus  HSV-1 irão necessariamente desenvolver o Alzheimer. 

Alzheimer diagnóstico

A doença é suspeitada quando existem sintomas que demonstram alterações na memória, principalmente na memória recente, associado a outras alterações do raciocínio e comportamento, que pioram com o tempo, como por exemplo: 

Para o diagnóstico da doença de Alzheimer é necessária a realização de testes de raciocínio como: mini exame do estado mental.

No qual se faz, por exemplo, desenho de um relógio, teste da fluência verbal e outros testes neuropsicológicos feitos pelo neurologista ou pelo geriatra. 

Podem ainda ser solicitados exames como: a ressonância magnética do encéfalo, para detectar alterações cerebrais, além de exames clínicos e de sangue, que podem descartar outras doenças que causam alterações na memória.

Como por exemplo: o hipotiroidismo, a depressão, deficiência de vitamina B12 , hepatites ou mesmo HIV.

Além disso, o acúmulo de proteína beta-amilóide e proteína tau podem ser verificadas pelos exame cefalorraquidiano, mas por ser caro nem sempre está disponível para realização.

É recomendado que você busque um grupo de apoio ou associação para estar próximo e compartilhar experiências com pessoas ou cuidadores que lidam com o alzheimer.

Como é feito o tratamento para a doença de Alzheimer

O tratamento consiste em diminuir os sintomas da doença, contudo essa enfermidade ainda não tem cura.

Para o tratamento sugere-se o uso de medicamentos como a donepezila, galantamina,e rivastigmina ou a memantina, além de estímulos com a prática de fisioterapia, terapia ocupacional e psicoterapia.

Vale ressaltar que o uso do canabidiol tem mostrado efeitos benéficos em pessoas com doença de alzheimer, nas quais o tratamento medicamentoso convencional não obtém melhora

Os aspectos da doença que mais tem mostrado melhora com canabidiol são: a memória, a linguagem, o comportamento, e o sono.

A resposta costuma variar de pessoa para pessoa, o  tratamento deve ser mantido por pelo menos um ano.

Alzheimer tem cura? 

Como falamos anteriormente, infelizmente essa doença nao tem cura.

Porém quanto antes for feito um diagnóstico, mais tempo de vida uma pessoa pode.

O tratamento, dependendo do estágio da doença, tem como objetivo diminuir os sintomas. 

Alzheimer tempo de vida

Em média uma pessoa vive de 8 a 10 anos, após receber o diagnóstico de Alzheimer, porém pode viver até 20 anos dependendo de outros fatores.

As mudanças cerebrais relacionadas à doença iniciam anos antes da manifestação dos primeiros sintomas. 

Alzheimer estágios

A doença de Alzheimer costuma ser dividida no estágio de pré-demência:

Neste estágio os sintomas são muito sutis e muitas vezes atribuídos equivocadamente ao envelhecimento natural ou ao estresse 

Nesse momento quando se suspeita da doença de Alzheimer,  pode-se aplicar testes neuropsicológicos, que permitem revelar a doença até oito anos antes da pessoa preencher os critérios para o diagnóstico de Alzheimer 

Além da perda de memória recente, essa fase pode incluir sintomas como: mudanças sutis na atenção, apatia, irritabilidade e sintomas depressivos.

A doença de Alzheimer leve, também chamada de estágio inicial, inclui os sintomas da pré-demência, que se agravam.

E o paciente pode se encontrar com dificuldades para encontrar palavras, desorientado no tempo e espaço e com dificuldade para tomar decisões.

O paciente pode ser independente,  podendo ainda dirigir, trabalhar ou realizar atividades sociais 

A doença de Alzheimer moderada, também chamado de estágio moderado, é tipicamente mais longo, podendo durar vários anos. 

Nesse estágio são comuns dificuldades mais evidentes no dia a dia, com esquecimento de fatos mais recentes como: o nome de pessoas próximas, dificuldades com higiene pessoal e auto autocuidado, incapacidade de cozinhar e cuidar da casa e maiores dificuldades para falar e se expressar com clareza.

Podem também ocorrer alucinações, alterações de comportamento. 

A doença de Alzheimer avançada, também chamada de estágio grave, é caracterizada por um estágio terminal e custa com prejuízos gravíssimos da memória, com incapacidade de registrar dados e muita dificuldade de recuperar informações antigas, como reconhecimento de pessoas e locais familiares.

Nessa fase o paciente pode já não conseguir alimentar-se normalmente apresentando dificuldade em deglutir, além de poder haver incontinência urinária e fecal e também o comportamento inadequado, que pode ser identificado

 A doença pode progredir, ainda com dificuldade motoras, sendo necessário auxílio para caminhar com uso de cadeira de rodas e até mesmo o paciente pode ficar acamado.

Nesse estágio o paciente apresenta alto risco para desenvolver infecções, escaras e necessidade de hospitalização.

Conclusão

Para concluir, a doença de Alzheimer é uma demência, de  causa ainda desconhecida, que é mais frequente em pessoas acima de 60 anos, para a qual ainda existem poucas opções de tratamento. 

O diagnóstico precoce é fundamental para que se possa dar qualidade de vida para as pessoas e seus familiares pelo máximo de tempo possível. 

O tratamento multidisciplinar deve ser iniciado o quanto antes, novas terapias estão sendo estudadas como por exemplo, o canabidiol, algumas delas já se mostrando promissoras.

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